O professor Jonas da Silva Doge do IFC – Campus Rio do Sul realiza estudos com moscas das frutas, com foco em espécies consideradas pragas. Em um de seus recentes trabalhos, está avaliando a biologia da mosca-do-figo e estudando métodos de controle biológico.
As moscas-do-figo (Zaprionus indianus) depositam seus ovos no ostíolo dos frutos da figueira, lá suas larvas eclodem e se alimentam do fruto, comprometendo a produção e causando severos prejuízos. A espécie é também capaz de atacar culturas de cítricos e morango, entre outros. Por estas razões, a espécie é considerada praga agrícola e são necessários estudos que auxiliem no estabelecimento de protocolo de manejo adequado à espécie.
Atuando em prol do desenvolvimento científico desta área, o professor Jonas Döge do IFC Campus Rio do Sul coordena projetos de pesquisa que avaliam características da biologia da espécie e seus agentes de controle biológico. Com o auxílio de bolsistas e da laboratorista Paula Hamersky, características da dinâmica populacional, reprodução e interação com ambiente vem sendo observadas. Nessa frente de atuação, os experimentos mais recentes envolvem a observação do efeito da densidade de desenvolvimento larval sobre a sobrevivência e tempo de desenvolvimento das moscas, conduzidos pela discente do curso de Agronomia Andressa Elisbão.
Regularmente são coletadas moscas para manutenção e renovação das linhagens, e posteriormente esses indivíduos são repicados para vidros contendo meio de cultura a base de farinha, ágar, açúcar e fermento e posterior condução de experimentos. A equipe também pesquisa nematoides do gênero Howardula que atuam como agentes de controle biológico da mosca.
Esses parasitas são obtidos com as moscas nas coletas e, segundo as avaliações realizadas, reduzem substancialmente a quantidade de ovos depositados pelas moscas, causando má formação de suas gônadas. Entre os próximos desafios do grupo, está a proliferação efetiva do nematoide em laboratório, para que se possam manter linhagens e avaliar com mais detalhes esta interação, além de viabilizar o uso de Howardula em grande escala.
Espera-se continuar contribuindo com o crescimento e manutenção da cultura do figo, especialmente no estado de Santa Catarina. Os estudos devem ter continuidade para que os aspectos da espécie estejam cada vez mais claros. Almeja-se também explorar o potencial estabelecimento de agentes de controle biológico, que podem auxiliar o produtor ao fornecer uma forma de controle sustentável para os danos causados pelas moscas-do-figo.
Texto: Matheus Leitzke
Revisão: Jonas da Silva Döge
Imagens: Jonas da Silva Döge