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Resiliência e amadurecimento: Comitê de Crise do IFC atua para minimizar os impactos da pandemia

segunda-feira, 12 de abril de 2021

IFC e a Pandemia: Instituto Federal Catarinense apresenta uma série de matérias sobre os desafios enfrentados pela instituição após pouco mais de um ano de pandemia mundial de Covid-19. Os textos serão publicados semanalmente, com o objetivo de traçar um panorama completo e transparente sobre os desafios enfrentados pela instituição neste período tão grave da história de nosso país.

Durante esse período de pandemia do coronavírus Covid-19, membros do Comitê de Crise do Instituto Federal Catarinense (IFC) vêm atuando, desde março de 2020, para enfrentar os desafios e minimizar os impactos causados em todas as atividades desenvolvidas pela instituição de forma remota e presencial.

Por ser um cenário totalmente novo, o coordenador do comitê, professor Cladecir Schenkel, revela alguns desafios encontrados no início pelo grupo, que manteve sempre a preocupação em proteger a saúde de servidores, estudantes e suas famílias, e especialmente em relação aos alunos para garantir-lhes o acesso ao aprendizado. A partir daí, a gestão e as pró-reitorias tomaram diversas iniciativas no sentido de atender remotamente da melhor forma possível os alunos. Inclusive com a aprovação do programa de auxílio digital Alunos Conectados, entre outras alternativas para quem não tivesse acesso naquele momento às aulas remotas.

“Enquanto Comitê, entendo que nossa maior dificuldade no início foi a incerteza com uma não uniformidade das informações que vinham das autoridades de Governo. Município dizendo uma coisa, Estado outra e Governo Federal uma outra. Isso acarretou alguns tipos de questionamentos por parte da comunidade e foi possivelmente a maior dificuldade que tivemos para tomada de decisões. E, consequentemente, as indefinições no sentido de retomar ou não as atividades presenciais e em que condições retomar. Lidar com uma situação totalmente nova em uma instituição com 16 unidades espalhadas pelo Estado, em diferentes regiões de saúde, diferentes questões a serem analisadas contexto regionais, com mutações do vírus, novas orientações sobre prevenção, e qualquer decisão que tomássemos envolve diretamente cerca de 16 mil pessoas, entre servidores e estudantes, é algo muito significativo e comparável até mesmo com muitas prefeituras. Obviamente, esse conjunto de variáveis fez com que se pensasse e discutisse bastante e se amadurecesse. Acredito que conseguimos minimizar os impactos. Não estou dizendo que não houve impacto e que não houve prejuízos, obviamente que sim. Mas as iniciativas tomadas tentaram minimizar em todos os sentidos, tanto na saúde da comunidade acadêmica como um todo, servidores, alunos, como também na oferta de formas alternativas de acesso ao aprendizado”, expõe o coordenador do Comitê.

Sobre o amadurecimento do grupo, Schenkel destaca que a evolução do trabalho levou inclusive às mudanças na composição da equipe, com a inclusão de representantes dos campi, por exemplo, assim como o cronograma de reuniões. “A composição se modificou um pouco com o tempo, considerando o fato de que inicialmente se pensava que seria algo temporário e depois se mostrou algo bem maior em termos de duração do tempo de suspensão das atividades presenciais. O amadurecimento que os integrantes do Comitê de Crise tiveram é algo formidável, tanto na perspectiva de compreensão de que uma decisão, uma opinião vai impactar a vida de milhares de pessoas, como também na tensão mais apurada, dirigida para analisar variáveis, analisar dados e embasar qualquer encaminhamento, orientação, recomendação e definição em bases mais concretas. Com isso, na minha avaliação, as decisões tomadas foram muito assertivas. Podemos sim termos cometidos equívocos, mas sempre buscamos acertar e sermos coerentes. Eventualmente, quando alguma decisão mostrava-se não acertada, logo adiante revimos. Não tivemos nenhum problema em reavaliar e encaminhar nova orientação à comunidade quando se percebia algo que poderíamos ter nos equivocado”, destaca o professor.

Plano de Contingência

Das dificuldades encontradas no início das discussões, os membros do Comitê de Crise decidiram por criar um próprio plano de contingência do IFC, que foi aprovado no Conselho Superior (Consuper) em agosto de 2020. “Em função das indefinições que vivíamos no início da pandemia, sentimos a necessidade de ter um pouco mais de segurança num eventual retorno. Tomamos a iniciativa e fomos pioneiros na elaboração do plano em que se estabeleceram critérios que o IFC observaria para avaliar e tomar decisões pelo retorno. Depois, o próprio Governo Estadual passou a exigir que todas as instituições escolares o fizessem para o retorno. Nesse momento, o IFC foi convidado pelo órgão do Estado e também pelo Conif para apresentar seu Plano de Contingência que serviu de inspiração para a construção dos demais planos que foram produzidos pelas demais instituições de ensino, tanto em nível estadual como também em nível nacional, no campo dos Institutos Federais e Cefets, dando grande visibilidade para a instituição”, relata Schenkel.

Para analisar tantos dados e embasar os critérios definidos pelo plano, IFC criou ainda um subcomitê científico formado por especialistas e profissionais de diferentes áreas, alguns com experiência em planos de contingência e análise de dados, e também na área de epidemiologia, que orientam as decisões do Comitê de Crise com fundamentação científica sobre a pandemia. Essas análises estão disponíveis para toda comunidade no site do IFC, por meio de boletins, e ainda na página específica que compila essas informações.

Ainda, a partir do plano de contingência, foram identificados os principais serviços que o IFC oferece, e, a partir deles, estabelecidos procedimentos operacionais padrão (POPs) para as mais diferentes atividades, com objetivo de, no retorno destas, minimizar o impacto na saúde dos nossos servidores e daqueles que estiverem envolvidos no serviço prestado pela instituição. “Foi algo muito bem pensado e muito bem encaminhado com a contribuição de diversos especialistas, para que as medidas de segurança e de proteção das pessoas fossem as melhores possíveis que estivessem obviamente ao nosso alcance”, apresenta o professor.

Schenkel revela que nos próximos dias estará em pauta a ativação ou não do Plano de Contingência, considerando os regramentos colocados pelas autoridades. Ele acredita que será um tema polêmico e de difícil consensualização entre todos, de modo que, possivelmente, possa se chegar à situação de voto, como ocorreu algumas vezes nas reuniões do Comitê. “Ao longo de todo o ano foram raras as vezes que teve que efetivamente estabelecer votação, o consenso sempre foi bem construído e bastante norteado pelos dados apresentados pelo subcomitê científico de acompanhamento da pandemia. Mas algumas questões, como as relativas à retomada de determinadas atividades, demandam maior tempo de discussão e dificuldade de consenso. Porque são realidades muito distintas que nós vivemos nas 16 unidades do IFC e também são cabeças que pensam de forma diferente. Isso mostra a preocupação que o Comitê tem principalmente com a prevenção – porque a gente conhece as formas de transmissão do vírus – mas também a precaução no sentido que essas novas cepas trazem para gente algo desconhecido. Dentro dessa ideia, as discussões se alongam sobre as implicações de retomar ou não determinada atividade”, explica.

Mesmo em um ano com tantas incertezas, alterações no modo de trabalho, de estudo e de convivência em geral, Schenkel avalia como positivo o comprometimento de todos os envolvidos nas decisões do Comitê de Crise institucional. “Quero aproveitar para parabenizar as pessoas que se envolveram nesse processo, nesse trabalho, representando o IFC para fora e compartilhando essa nossa trajetória, nosso acúmulo, nosso conhecimento, nosso amadurecimento e, com isso, uma contribuição que o Comitê de Crise e subcomitê científico em especial deixaram para o conjunto das ações que foram desenvolvidas, especialmente no campo dos Institutos Federais e na área do ensino estadual de Santa Catarina”, enfatiza o coordenador ao destacar ainda outras atividades desenvolvidas pelo IFC no apoio à comunidade nesse momento, como a produção e doação de equipamentos de proteção individual, álcool em gel, alimentos e afins.

Mas esses são assuntos que detalharemos nas próximas matérias sobre como tem sido o trabalho do IFC durante a pandemia do coronavírus Covid-19. Confira também a entrevista com a reitora do IFC, Sônia Regina Fernandes, publicada em “Desafios, vitórias e quebras de paradigmas: a batalha do IFC contra o coronavírus”.

Texto: Cecom/Reitoria/Rosiane Magalhães
Arte: Cecom/Reitoria/Andréa Santana