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Apremavi e IFC desenvolvem parceria para reprodução do Xaxim-bugio

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Espécie é ameaçada de extinção e seu corte é proibido em vários estados. Projeto desenvolvido no IFC com a parceria da Apremavi pretende reintroduzir a espécie em áreas do Oeste de Santa Catarina.

No âmbito do projeto +Floresta da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – Apremavi, três espécies da Mata Atlântica têm destaque para a restauração da vegetação nativa da Floresta, no Oeste de Santa Catarina: araucária, imbuia e o xaxim-bugio.

Essas espécies-alvo serão consorciadas juntamente com outras espécies nativas da Mata Atlântica e de ocorrência na região de abrangência do projeto para o trabalho de restauração de uma área de 260 ha. A ação contribuirá com a proteção e recuperação de espécies e habitats, como forma de restaurar e conservar a biodiversidade nos ecossistemas, que hoje encontram-se degradados.

XAXIM IN VITRO

Contudo, um dos grandes desafios no desenvolvimento do projeto é a produção e reprodução do xaxim-bugio, uma vez que os trabalhos de pesquisa visando a produção em escala de mudas da espécie são escassos. Além disso, o xaxim-bugio demanda habitat e condições específicas para que a reprodução ocorra, demandando técnicas que não são usuais em viveiros de mudas.

Visando preencher esta lacuna de conhecimento, o Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus – Rio do Sul e a Apremavi firmaram parceria com o objetivo de pesquisar a reprodução da espécie. A iniciativa foi da Agrosul – Soluções Agronômicas, empresa júnior formada por acadêmicos do Campus, sob a coordenação do Prof. Ricardo Veiga, que buscou a Apremavi para entender as demandas da instituição e compreendeu a dificuldade na produção em larga escala do Xaxim-bugio.

A pesquisa ficou sob a coordenação da professora Dra. Denise Fernandes, intitulada “Propagação in vitro de esporófitos de xaxim-bugio a partir de esporos de populações naturais visando a restauração florestal” vem sendo desenvolvida no laboratório de Biotecnologia Vegetal do Campus, com apoio do Eduardo Hellman, estagiário do curso de Agronomia e presidente da Agrosul e também dos acadêmicos Adriel Schneider Selva e Samuel Tiggemann.

ETAPAS

A primeira etapa da pesquisa está voltada ao desenvolvimento e aplicação de um protocolo de introdução in vitro de esporos de D. sellowiana para germinação, produção de mudas e aclimatação das plantas, por meio da aplicação de técnicas de cultura de tecidos vegetais.

A segunda etapa está sendo executada no Viveiro da Apremavi, onde foi construída uma estufa apropriada para receber as primeiras mudas, visando testar protocolos e técnicas para o seu desenvolvimento e aclimatação, para posterior plantio em campo. “A efetivação das mudas visará a diminuição do risco de extinção da D. sellowiana, é possível dizer que a pesquisa é pioneira no Brasil, as primeiras mudas produzidas in vitro já foram disponibilizadas a Apremavi”, relata Eduardo Hellman

Para a coordenadora do projeto, Edilaine Dick, “a pesquisa é um grande ganho para a ciência e para a conservação da espécie, pois até o momento não foram encontrados estudos que evidenciem a produção de mudas de xaxim em viveiros, bem como o plantio e reprodução em campo”.

A parceria entre a Apremavi e o IFC Campus Rio do Sul evidencia a importância dos institutos federais para o desenvolvimento de novas tecnologias e para o progresso da agenda sustentável no país. A pesquisa realizada pelo IFC aos poucos se transformará em novas florestas e permitirá que uma das mais ameaçadas espécies da Mata Atlântica seja reintroduzida em seu habitat.

Autores: Edilaine Dick, Eduardo Hellmann e Marluci Pozzan
Revisão: Thamara Santos de Almeida e Vitor Lauro Zanelatto